CARDÁPIOS FLEXÍVEIS FAZEM CADA VEZ MAIS SUCESSO
A estatística transborda. Cinquenta milhões de adultos brasileiros seguem algum tipo de dieta. Nos próximos dois meses, metade terá desistido, inapelavelmente. Depois de mais quatro meses, somente 2% estarão seguindo as regras restritivas firmes e fortes. A principal causa do retumbante fracasso? Programas alimentares rigorosos demais — e a fome vence. Uma das explicações é lógica, atrelada aos mecanismos de defesa da espécie humana. Quando há redução drástica de calorias ou se exclui toda uma categoria de alimento, cai a produção de um composto no organismo essencial ao sucesso dos programa de emagrecimento: a serotonina, a substância do prazer. O novo balde de água fria nesses tipos de regime foi jogado recentemente com uma estocada no popular jejum intermitente, que prega ficar sem comer por horas a fio. Um estudo publicado na revista JAMA Internal Medicine mostrou que a médio prazo ele fracassa. Ao longo de três meses, a maioria dos participantes havia perdido cerca de 2 a 3,5 quilos - pouquíssimo a mais do que um grupo de controle. Foram avaliados esquemas de jejum de doze ou mais horas por dia. Uma das razões da falha apontada pelos especialistas é que os seguidores passavam a exagerar no consumo de alimentos ultracalóricos para aplacar o estômago vazio.
Resumo da ópera: o crivo científico e a dura travessia dos viciados em regimes radicais, como o da turma da intermitência, abriram espaço para dietas menos severas.
Fonte: VEJA
